Noémia (Becas), Lurdes, Etelvina, Lizete, Lena, Antonieta (Dédé), Odete, Nidia (Dédé). Éramos poucas mas o encontro esteve animado. E até não faltaram baladas de Coimbra a animar o encontro! Uma tarde bem passada. Em finais de Julho há mais. Moçamedenses juntem-se a nós para que este grupo rejuvenença!
Amar Angolanamente IV
O pavor dos dias que se esgotam
consome-me neste pântano profundo e escuro,
este túnel da noite sem fim
de peregrinação forçado.
Brame em mim, violentamente,
o silêncio sufocando dos tantans
que explodem em meus nervos,
em minhas veias,
trazendo-me o tilintar dos guizos feiticeiros
e o ar carregado de perfume
que emana do teu corpo inebriante
Pátria amada!
Esta expiação,
esta calema enraivecida
retalha-me o sonho
- ânsia rebelde de te voltar a ver
Iona,
de te voltar a abraçar
Miminha.
Noite após noite
dia após dia,
visões sombrias me cingem
e me metamorfoseiam
em sílex dos tempos.
Dói-me o silêncio catacúmbico
desta condenação envenenada
de desespero,
- amarga confiscação da esperança
tatuada de sangue
na minha alma.
Pena maior
que a vida perdida por renúncia,
o degredo a que estou confinado
é bemba roendo-me as entranhas
num exílio amargurado.
Eduardo Brazão-Filho
(Mossungo)
"Amar Angolanamente - Poemas de Exílio", inédito
consome-me neste pântano profundo e escuro,
este túnel da noite sem fim
de peregrinação forçado.
Brame em mim, violentamente,
o silêncio sufocando dos tantans
que explodem em meus nervos,
em minhas veias,
trazendo-me o tilintar dos guizos feiticeiros
e o ar carregado de perfume
que emana do teu corpo inebriante
Pátria amada!
Esta expiação,
esta calema enraivecida
retalha-me o sonho
- ânsia rebelde de te voltar a ver
Iona,
de te voltar a abraçar
Miminha.
Noite após noite
dia após dia,
visões sombrias me cingem
e me metamorfoseiam
em sílex dos tempos.
Dói-me o silêncio catacúmbico
desta condenação envenenada
de desespero,
- amarga confiscação da esperança
tatuada de sangue
na minha alma.
Pena maior
que a vida perdida por renúncia,
o degredo a que estou confinado
é bemba roendo-me as entranhas
num exílio amargurado.
Eduardo Brazão-Filho
(Mossungo)
"Amar Angolanamente - Poemas de Exílio", inédito
Sem comentários:
Enviar um comentário